Estereótipos nunca foram o meio mais confiável de se julgar alguém, principalmente
quando perseguimos um ideal, que não corresponde com realidade alguma, e que
muito menos nos faça bem.
Normalmente, buscamos algo sem
sentido, sem valor, só para satisfazer o nosso ego.
Pena que não percebemos a ruina
antes que ela chegue, pois assim evitaríamos dor, lágrimas ou até coisa pior.
— Vai
sair hoje?
— Com
certeza! Hoje é sexta, e eu estou muito animado.
— Te
encontro no bar as nove então?
— Sim,
estarei lá.
Gabriel amava as sextas feiras, a
diversão, as conquistas, já Vitor tinha mais prazer com a companhia do amigo,
que com a badalação que ele buscava. Gabriel queria viver intensamente, mulheres,
bebidas, diversão, mas nunca estava satisfeito com o que conseguia. Sempre
buscava algo a mais, algo que ele criava em suas fantasias.
— Você
busca algo que não existe. — Disse Vitor.
— Não
é bem isso. — explicou Gabriel — Busco um corpo atlético, um rosto lindo e uma
mente inteligente, tudo combinando comigo.
Vitor ria ao ouvir o amigo
relatando como seria alguém ideal, provavelmente era uma máscara para alguma
insegurança que ele trazia. Mas algo surpreendente aconteceu naquela madrugada.
Sentada sozinha no balcão estava uma moça que passou a chamar muito a atenção
de Gabriel.
— Onde
você está indo? — Perguntou Vitor.
— Veja
aquela moça, que está ali sentada.
— A
loira?
— Sim.
Preciso falar com ela.
Ele seguiu em direção ao balcão,
estava ansioso, e era algo incomum para alguém como ele. Mas aquela moça
realmente aguçou a sua curiosidade.
— Olá!
— Cumprimentou
ele.
A moça o olhou dos pés à cabeça,
sem demonstrar nenhuma empolgação com o cumprimento, fingiu que não era com ela.
O amigo que acompanhava a distância não se conteve e riu. Gabriel voltou sem
graça, nunca havia passado por isso.
— Cadê
o conquistador? Perdeu o jeito?
— Perdeu
o jeito, perdeu o jeito. — Retrucou Gabriel com certo deboche e impaciência
na voz. - Só comecei.
A indiferença da moça era como
um desafio, rejeição era uma coisa que ele não estava acostumado. Ele a olhava
no balcão, um misto de desejo e raiva crescia cada vez mais. Ela realmente
parecia estar sozinha, não via motivos para que ela o rejeitasse daquele modo. Por
mais que o amigo dissesse que ele estava dando importância demais a algo
pequeno, ele não o escutava sentia o ego ferido. A única coisa que conseguia pensar era em tê-la.
Entre uma cerveja e outra, ele viu
que um rapaz robusto se aproximou dela. Os dois pareciam íntimos, ela sorria ao
conversar com ele.
— Esquisito
aquele cara! — Observou ele.
— Não
é esquisito, só está me parecendo ser o namorado dela, e isso está incomodando
você.
Gabriel decidiu desligar-se por
um tempo do seu objeto de desejo, afinal Gabriel era grande, mas o companheiro
dela era bem maior, uma briga com ele e com certeza não sairia vitorioso. Mesmo assim a beleza dela continuava a
enfeitiça-lo, percebeu que algumas vezes ela o olhava, só que ele ficava
constrangido em retribuir, achava que ela provavelmente havia comunicado ao
namorado a investida dele.
Aquela sexta foi diferente das outras. Ele foi surpreendido, descobriu que nada
era tão fácil quanto sempre achou ser, alguém mostrou algo diferente a ele. E o
pior, outro estava com a moça que ele não tirou da cabeça durante o fim de
semana todo. Achava que jamais iria encontra-la novamente, quantas mulheres ele
conheceu e uma única foi capaz de deixa-lo sem chão apenas por rejeita-lo. Na
sexta seguinte foram ao mesmo bar, ele não escondia a ansiedade em poder vê-la
entrando, mas nada, ela não apareceu lá naquela noite, sumiu como se jamais
existisse.
Vitor achava que ele estava
levando o fora a sério demais. Gabriel estava deixando o lado conquistador que
tinha de lado por um capricho maluco e sem esperanças.
Quando já não tinha a menor esperança
de vê-la novamente, ela passou por ele em frente ao trabalho. Ela parecia
triste e Gabriel percebeu que ela chorava. E sem pensar duas vezes ele foi
atrás dela.
— Posso
ajuda-la? — Perguntou ele.
— Não
é nada demais, logo passa.
— Pelo
modo como você está, não me parece ser algo tão simples. Venha vamos tomar um
café e você se acalma um pouco.
Os dois entraram em uma
cafeteria próxima, ela parecia abalada com alguma coisa. Ele ficava quieto somente
olhando e esperando que ela se recuperasse e pudessem conversar.
— Às
vezes, algumas pessoas nos machucam sem motivos. — Desabafou ela.
— Não
sei o que a faz tanto mal assim, mas saiba que isso passa.
— Me
chamo Sanadih. — Disse ela estendendo a mão.
—
Gabriel.
— Obrigada
por me ajudar, estava muito nervosa e andava sem rumo.
— Eu
conheci você a duas sextas feiras atrás. Acho que você não vai se lembrar.
— Desculpe,
mas, não me lembro mesmo.
— Você
estava com seu namorado. Um grandalhão.
— Ex-namorado.
Por isso estou assim hoje.
Ele não conseguiu esconder o
sorriso ao ouvir que ela estava livre, sua pequena obsessão poderia ser saciada
agora, pediu então dois cafés. Ela falava sobre sua decepção, já ele ouvia nos
relatos a oportunidade que precisava, a sorte finalmente havia mudado.
Conversaram por horas, a tristeza dela aos poucos era substituída por risos, pois,
ele tinha uma forma engraçada de pensar sobre algumas coisas, e ela se divertia
com isso.
Ele contou que era investidor,
tinha um escritório em sociedade com um grande amigo, o que estava com ele no
dia que a viu pela primeira vez, e não ficou nem um pouco surpreso quando ela
disse que era modelo fotográfica e que organizava eventos de diversos artistas
pela cidade. Um tempo depois ela disse que precisava ir. Ele pegou um cartão
entregou a ela e ela fez o mesmo.
— Posso
te ligar, convidar você para tomar alguma coisa? — Perguntou ele.
— Pode
sim, gostei da sua companhia.
Durante o restante da semana ele
se segurou ao máximo para não se afobar e ligar antes da hora, precisava deixar
para sexta, torcia para ela não ter nenhuma recaída com o brutamontes que ela
namorava, e que quando ligasse ela aceitasse o convite.
— Definitivamente
você achou o que procurava. — Afirmou Vitor.
— Creio
que sim.
Ele segurava o cartão dela,
branco com os dados escrito em rosa claro, e algumas flores pequenas no mesmo
tom de rosa adornando. Vitor puxou o cartão olhou um pouco.
— Sanadih?
Nome bem diferente não acha? — Comentou Vitor.
— Sim,
não dá nem para saber a origem dele. — Gabriel terminou a frase e pegou o cartão de
volta.
Na sexta à noite os dois saíram.
Foram em um bar diferente dessa vez, mas por coincidência lá estava Sanadih. Agora
ela foi bem mais receptiva, e sorriu ao vê-lo entrar.
— Chame-a
para junto de nós. — Sugeriu Vitor.
— Você
não se importa?
— Não,
mas eu iria gostar mais ainda se ela estivesse com uma amiga. Mas como sou teu
amigo vou quebrar essa, e ver se arrumo uma paquera aqui. — Brincou
ele.
Gabriel foi até Sanadih, para convidá-la
a se sentar junto com eles, ela aceitou de imediato, se apresentou a Vitor, que
muito curioso com o nome exótico que ela tinha perguntou a origem, ela disse
que era um nome muito antigo, que o pai havia escolhido, pois na terra dele era
o nome de uma flor. Quando ela falou do pai, eles perceberam que os olhos dela
brilharam muito.
— Você
ama muito seu pai, não é? — Perguntou Gabriel.
— Ele
morreu quando eu era pequena. Nós éramos muito ligados.
Apesar do minuto de
constrangimento, devido a tristeza que ela demostrou ao falar do pai, eles
continuaram a conversar descontraídos. Ela o encantava cada vez mais,
inteligente, divertida, um perfume absolutamente envolvente, e o vestido verde
que acentuava sutilmente as curvas do seu corpo.
Vitor depois de um tempo
resolveu deixá-los sozinhos, percebia o olhar cada vez mais apaixonado do amigo,
e sabia que era a primeira vez que isso acontecia. Sanadih parecia um pouco
tímida, pois mexia na bebida bem devagar, só que para Gabriel ela estava
encantadora, ele não resistiu mais e tocou as mãos de Sanadih, que correspondeu
e o deixou mais tranquilo para tentar pedir um beijo. E ela concedeu.
Ele estava cada vez mais certo
de que havia encontrado alguém especial, estava seguro e disposto a conquistá-la
cada vez mais, queria agradá-la, cuidar dela. Ela parecia um anjo, de longos e
lisos cabelos dourados.
A noite passou rápido, nem
perceberam o tempo correr, até ela dizer que já era hora de ir embora, e ele
mais que depressa fez o convite para irem almoçar juntos no dia seguinte.
— Convite
aceito. — respondeu
ela — Me
busque amanhã à uma da tarde.
Ela saiu, esperou o manobrista
trazer seu carro, um quatro por quatro vermelho, e partiu. Gabriel entrou em
seu carro, seguido por Vitor, que no caminho comentou:
— Você
está correndo perigo.
— Por
que diz isso?
— Está
correndo risco de se apaixonar por ela.
— Não
acho que isso seja perigoso. — Sorriu ele.
No dia seguinte, na hora
combinada, Gabriel estava na porta do edifício onde Sanadih morava. Ele viu o
ex-namorado dela passar por ele, subindo a rua. Ficou preocupado, ele poderia
ter ido procurar por ela. Assim que ela desceu, Gabriel a fez entrar rápido no
carro.
— Vi
que seu ex está rondando por aqui. Ele procurou por você?
— Às
vezes acho que ele gosta de me fazer mal.
— Logo
ele irá deixa-la em paz. Quer ir onde?
— Hummmm....
— ela
fazia charme para escolher um lugar — Gosta de comida japonesa?
—
Sim. Então vamos comer comida japonesa.
Os dias com ela se tornavam cada
vez mais interessantes. Descobrir as coisas que ela gostava, unir as coisas em
comum, a fascinação que ela tinha por culturas antigas, ás vezes mostrava tanto
conhecimento sobre essas civilizações, que parecia ter vivido lá, o que obviamente
era impossível. Para que isso fosse verdade, ela teria que ter uns mil anos de
vida no mínimo, só para viver tudo que parecia ter vivido, mas era interessante
ouvi-la dizer. Os tempos de farra estavam terminados, ele só tinha olhos e
desejo por ela. O ser mais fascinante que poderia ter encontrado. Ele estava
ansioso para que passassem para a próxima fase do romance, então a chamou para
tomarem uma bebida em seu apartamento. Ficou inseguro, com medo de uma negativa,
mas quando teve um sim, mal pôde conter a alegria. Às oito horas da noite Sanadih
tocou a campainha do apartamento de Gabriel, ela estava linda como sempre.
Ele o beijou de uma maneira
muito mais intensa, serviu uma bebida a ela, se olhavam de uma maneira muito
mais provocante da qual costumavam fazer.
— Eu
sei quais são suas intenções quando me convidou para vir aqui.
— E
quais são?
— Minhas
atitudes podem assustar você, não quer deixar isso para lá?
— Nada
me assusta, estou envolvido demais para me deixar levar por bobagens. Me diga o
que poderia me assustar.
— Sou
intensa, e sei que isso assusta um pouco. — Sorriu ela indo pegar um pouco mais de bebida.
Ele se levantou e a beijou no
pescoço.
— Quero
ter você, quero que seja intensa, quero que seja minha.
O vestido dela caiu, assim que
ele desfez os dois laços dos ombros. E ele ficou ainda mais encantado ao vê-la
nua.
Ela era realmente intensa, e ele
estava à mercê dos caprichos que ela escolhia. Amaram-se de uma maneira como
jamais ele havia feito com alguém. Depois, cansados, deitaram cada um de um
lado na cama, ele fazia carinho no braço dela e ela no rosto dele. Um pouco
depois, ela reparou que já estava muito tarde.
— Preciso
ir.
— Dorme
comigo? — Pediu
Gabriel.
— Não
posso. Nos vemos no próximo fim de semana.
Ela então se despediu com um
beijo, arrumou-se e foi embora. Ele passou os dias lembrando dela, estava um
pouco desanimado por achar que o tempo não passava mais rápido. Até que
novamente estavam juntos, como na primeira vez. A intensidade dela era
fascinante, ele poderia facilmente se acostumar a se deixar dominar por ela, só
queria que ela fosse dele, quanto mais a tinha mais a queria. Seus pensamentos,
suas ações, agora pareciam girar em torno dela. Sanadih acabava de se tronar o
centro de seu mundo.
Os dias foram passando, e Gabriel
rendia cada vez pior no trabalho. Desatento, andava cada vez mais cansado e
sonolento. Suas noites de sono eram cada vez piores.
— O
que está acontecendo com você Gabriel? Anda cansado, indisposto. —
Questionou Vitor.
— Acho
que não estou dormindo bem, só isso.
— E
esse seu relacionamento, não sei se você está conseguindo ver o quanto está
obcecado por ela.
— Engano
seu. Sanadih me faz bem, consegue me fazer descansar quando está comigo, só nas
noites que ela passa comigo é que durmo bem.
Vitor começava a achar estranho
o modo como o amigo vinha se comportando, os olhos dele já não tinham mais a mesma
vitalidade de antes. Andava apático, sem energia nenhuma. Pediu que ele
procurasse um médico com urgência, mas Gabriel se recusou, sempre achando que
seu problema se resolveria no momento em que conseguisse firmar um compromisso
mais sério com Sanadih, pois ela era sua escolhida.
Até que, certo dia, finalmente
chegou com a felicidade estampada no rosto! Finalmente ele havia pedido Sanadih
em namoro e ela aceitara. Vitor percebeu que mesmo assim o amigo se mantinha
estranho, apático. Resolveu por conta própria procurar qualquer coisa
relacionada aos sintomas de Gabriel. Pesquisou desde assuntos científicos a
assuntos místicos, tudo que pudesse fazê-lo ter argumentos sobre perdas de
energia. Entre os assuntos místicos, um em especial chamou a sua atenção:
falava sobre um ser demoníaco chamado Súcubo, um demônio feminino que seduzia
os homens e sugava suas energias, até levar o escolhido a morte. Seres
originados da mistura de anjos ou deuses com humanos. Sanadih se enquadrava
perfeitamente na descrição de um Súcubo: era linda, inteligente, um olhar
brilhante, um pouco misteriosa, sempre que falava sobre as civilizações antigas,
parecia ter realmente estado lá, como se tivesse conhecido cada figura
histórica ou cada cidade que hoje nem existe mais. Mas ela teve um namorado
antes de Gabriel, então provavelmente não era um, a não ser que o namorado
fosse outro tipo de demônio. Vitor contou a Gabriel sobre esses seres, os dois
nunca foram dados a acreditar nisso, mas Vitor parecia até cogitar que a
possibilidade realmente existisse. Vitor pesquisou pelo nome Sanadih, tentou
relacionar com alguma flor, como ela havia dito ser, porém não existia. Resolveu
então, como que por intuição ou desconfiança, pesquisar na lista de possíveis
nomes de súcubos, e lá estava Sanadih. Gabriel riu da comparação, como sua
Sanadih poderia ser um monstro? Ela poderia ser complicada em alguns momentos,
ciumenta em outros, mas muito longe de ser o que ele havia pensado.
— Se
ela fosse um Súcubo, Vitor, como poderia ser detida? — Ele
riu ao fazer a pergunta, mas estava muito curioso.
— Se
ela for um mesmo um, ela é um predador de humanos, está no topo da cadeia. Você
precisa ter muita sorte de um outro Súcubo querer enfrenta-la. Ou de cair nas
graças de um anjo. Caso contrário está condenado.
— Vou
fingir que não ouvi isso, mas se te faz feliz, vou procurar um médico no início
da semana. Mas por enquanto vou para casa, preciso buscar Sanadih agora, ela
vai passar o fim de semana comigo.
Quando Gabriel e Sanadih
conversavam no sofá, aninhados, ele resolveu comentar com ela sobre a delirante
ideia de Vitor, de que ela fosse um ser das trevas, um Súcubo.
Ela ficou quieta ouvindo tudo
que ele dizia, riu um pouco. Mas de repente os olhos dela brilharam mais
intensamente.
— Vocês
humanos sabem muito pouco sobre meu povo. — Disse ela levantando.
— Sanadih,
não precisa entrar na paranoia dele.
— Você
lembra quando eu disse que meu pai havia morrido quando eu era pequena?
— Lembro,
mas o que tem uma coisa com outra?
— Meu
pai era considerado um anjo por algumas culturas e um deus por outras. Morreu
de forma covarde tentando defender a mim e minha mãe, uma humana, da ira dos
outros deuses. Eu sou na verdade de uma raça mista, sou uma Nefilim. Mas vocês
humanos sempre gostaram de enfeitar tudo, já nos chamaram de semideuses, de
demônios, e também até de anjos. Quando na verdade tudo se resume apenas em Elohim,
humanos e Nefilins.
— Que
brincadeira é essa? Sei que você ama cultura antiga, mas daí a ser um demônio,
um ser milenar é ridículo.
— Nós
Nefilins precisamos de mana para viver, coisa que vocês humanos têm de sobra.
Quanto mais ela prosseguia, mais
atônito ele ficava, em sua mente passou a pedir ajuda aos anjos como Vitor
havia dito, pois outro Súcubo para enfrenta-la e ajuda-lo seria impossível.
— Não
adianta chamar os anjos, os que são capazes de interceder por você estão
acomodados, inertes até que o líder retorne.
— Você
lê pensamentos?
— Sim,
leio e muito bem. — Ela tinha um ar sarcástico ao responder.
— O
que você quer de mim?
— Agora
só finalizar o que eu comecei. Você acha que me escolheu, mas quem fez isso foi
eu. Um predador escolhe a presa, não o contrário.
Ele viu que as unhas dela
estavam maiores que o habitual, e eram fortes como garras. Ela sorriu e os
dentes pareciam presas. Os olhos brilhavam intensamente.
— Eu
posso conviver com isso. — Dizia ele.
— Já
tenho minha contraparte. Você o definiu como brucutu. — Debochou
ela.
— Por
que me fazer sentir amor por você, se só queria me matar?
— Formas
diferentes de brincar com a presa. Mas não se preocupe pouparei você dá dor.
Sanadih o prendeu psiquicamente.
Gabriel tentou, mas não conseguia escapar. Ela gostava de matar de modos
sórdidos, mas queria poupa-lo disso, acabou se afeiçoando a ele de algum modo.
Mas não deixou de fincar a garra do indicador direito no peito dele para
experimentar o sangue. Depois colocou a mão em cima do ferimento, para curá-lo
da marca, ao mesmo tempo que sugava a energia que ele ainda tinha. Ela sabia
que não poderia deixar pista nenhuma sobre o que acontecia ali.
— Vou
deixar o suficiente para que você possa avisar alguém.
Assim que Sanadih saiu, Gabriel sentiu
sua vida acabando. Ela fez como disse: deixou o suficiente para que ele pudesse
chamar alguém, mas ninguém iria acreditar que um ser como ela pudesse realmente
existir, lembrou então do amigo, e teve força somente para mandar uma mensagem
a Vitor.
—Você
tinha razão. — E caiu desfalecido, sentindo o restante de energia
ir embora.
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