Todos nós buscamos segurança, estabilidade, mas acima de tudo o amor. Alguns
o negam, outros o mascaram em forma de jogos de manipulação acreditando que se
trata simplesmente de “que vença o mais
forte”.
Poucos são os que ainda dão valor
ao nobre sentimento, e esse era o caso de Amanda, meiga, doce e tímida, sempre
que se aproximava de alguém que a interessava, seu rosto corava no mesmo
instante.
Nesta noite ela se arrumava com
um capricho especial, escolhia suas melhores roupas e acessórios. Iria sair com
Ana para dançar e se divertir. No seu íntimo, sempre trazia a ideia de
encontrar alguém, quem sabe um anjo a encantasse, era o que se passava em sua
mente romântica. Por mais que sua amiga a dissesse que esses lugares não eram
para achar alguém assim, ela sempre mantinha a esperança acessa.
Às vinte e três horas, as duas saíram
da casa de Amanda empolgadas e sorridentes. Havia um brilho diferente naquela
noite, uma sensação estranha no ar como se o mundo andasse descompassado e isso
acelerava o coração das duas.
O lugar escolhido era bem
frequentado, elas viam pessoas lindas e bem vestidas entrando.
— Escolhemos
o lugar certo! — Reparou Amanda.
— Tenho
certeza. — Concordou Ana.
A música era algo que empolgava,
as bebidas eram bem elaboradas, via-se que eram feitas por uma excelente barmaid. As duas se aproximaram do
balcão e cada uma pediu uma bebida. Amanda pediu um Blue Lagoon e Ana uma Piña
Colada.
— Minha
cor favorita. — Sorriu Amanda ao pegar a bebida.
A noite corria bem, já era madrugada,
perto das três da manhã. A maior parte das pessoas já estavam altas, e o bar
ainda estava lotado, pois o calor era intenso naquela noite. A atenção de
Amanda se voltou então para uma turma formada por três moças e três rapazes,
com uma aparência que os destacavam de todos os que estavam ali. Estavam
extremamente bem vestidos, altos e de uma beleza estonteante. Um deles era
loiro de cabelos cacheados e olhos azuis. Amanda ficou hipnotizada com a beleza
dele e não conseguia disfarçar.
— Vê
aquele rapaz Ana?
— Sim,
muito bonito.
— Muito,
nossa!
— Ele
está te olhando.
— Impressão
sua.
— Está
sim, repare.
— Ele
deve estar acompanhando alguma das meninas.
— Não
parece. Se estivesse não estaria simplesmente conversando, e sim perto ou abraçado.
Os dois então começaram o
flerte, trocavam olhares, ambos cada vez mais interessados. Quando Amanda pensou
que ficariam apenas entre troca de olhares, ele se aproximou dela:
—
Aceita uma bebida?
Ela um pouco encabulada, mas
impressionada pela beleza dele, resolveu aceitar.
— Qual
seu nome? — Perguntou ele.
O rapaz tinha um ar sedutor, que era irresistível.
— Meu
nome é Amanda e o seu?
— Túlio.
— O
rapaz passava a mão pelos cabelos de Amanda. — Gosto de cabelos como os seus, longos cacheados e
de um marrom lindo.
— Obrigada.
Amanda já tinha corado no
instante em que ele se aproximou, e agora seu rosto queimava. Ana resolveu sair
um pouco e deixar a amiga aproveitar, quem sabe algum amigo dele poderia se
interessar por ela.
Túlio pegou a bebida que havia
escolhido e entregou-a a Amanda. O sorriso dele era impressionante, e ela
estava enfeitiçada com tanta beleza.
—
Espero que esteja de seu agrado Kenix?
—
Meu nome é Amanda!
— Eu
sei disso. — Disse esse nome por ser o nome de uma guerreira
muito antiga de tempos imemoriais, famosa por seus feitos e sua beleza.
— Sério!
Como ela era? — Amanda mostrava-se cada vez mais interessada na
conversa, e aproveitava com isso para manter o rapaz mais tempo com ela.
—
Linda assim como você.
Amanda sentia-se lisonjeada em
ser comparada com alguém tão imponente assim.
Do outro lado do bar, Ana começou
a reparar no comportamento um pouco estranho por parte dos amigos de Túlio. Os
olhos deles deixavam escapar um brilho muito forte, como os olhos de um felino,
era um brilho que vinha e voltava. Aquilo começava a dar medo, e de muito belos
passaram a assustadores. Parecia que olhavam as pessoas como um animal que olha
a sua presa, realmente não estava com uma boa impressão.
Ana via a amiga empolgada com o
rapaz. Ele segurava a nuca de Amanda, que um pouco encabulada aceitava as investidas
dele.
—
Você é alto e forte. — Elogiou, Amanda um pouco tímida.
—
Você gosta?
—
Muito.
—
Vamos sair dar uma volta, ir para um lugar mais tranquilo?
Amanda já não tinha mais
controle de suas ações, parecia enfeitiçada. Ana percebeu isso, e tentou segurá-la
para que não fosse, mas Amanda não respondeu, ela estava com os olhos fixos,
como se estivesse realmente hipnotizada. De repente, Ana descuidou-se um pouco
e acabou por perder a amiga de vista. Meia hora depois, ela viu Túlio na
companhia dos amigos e foi até ele.
—
Viu Amanda? Achei que estivesse com você?
—
Ela me disse que ia embora.
—
Ela nunca iria sem mim!
—
Vou me encontrar com Marcus. — Apontava o rapaz para um aglomerado de pessoas. - Se
achá-la me avise, também fiquei preocupado.
Túlio seguiu em direção às pessoas
que havia mostrado, ele sorria com um ar sarcástico. Entrou no banheiro mais
afastado, e assim que se sentiu seguro e que ninguém o veria, saiu, mas sob outra
forma. Ele na verdade Marcus, que se fez passar por Túlio.
O verdadeiro Túlio estava na rua
andando atrás de Amanda, ele a influenciava a procurar um lugar tranquilo, e a
não sentir medo. Assim que encontraram um beco, Túlio a induziu a entrar. No
mesmo instante a fisionomia dele começou a mudar, garras apareciam no lugar das
unhas, os olhos passavam a ter um brilho muito mais intenso. O sorriso dele se
transformava em algo tão sombrio que causaria medo a qualquer pessoa, menos a
ela, pois não estava mais no controle de sua mente e corpo.
—
Você é linda!
Enquanto isso, Ana continuava
procurando pela amiga, mas sem êxito. No fim da noite viu Túlio novamente.
—
Onde está Amanda?
—
Não sei! Estou tão curioso quanto você. — Disse ele sorrindo, limpando as mãos com um
guardanapo.
Ana achou o comportamento dele estranho,
resolveu então procurar a amiga pelos arredores. Andava preocupada sem saber
onde encontrá-la, quando se aproximou de um beco teve a impressão de vê-la
entrando. Apertou o passo atrás da amiga, e assim que entrou, um grito alto foi
ouvido pelas pessoas que moravam ao redor. Imediatamente várias pessoas se
aproximaram de Ana, que via o corpo da amiga estendido no chão.
Pouco depois policiais e a
família chegaram ao local. Ana estava transtornada pelo acontecido e não conseguia
entender. Lembrava-se dos olhos e do modo estranho de Túlio e seus amigos. Tentou
falar sobre isso, mas foi ignorada por todos. A única coisa que os médicos e
policiais disseram, foi que Amanda havia sido atacada por um cachorro muito
grande, provavelmente o mesmo que havia escapado de um canil próximo.
Primeiro livro disponível na Saraiva on line
Segundo:https://www.facileme.com.br/app/p/611847
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